mundo do trabalho

Destaque SXSW: como a Geração Z se comporta no mercado de trabalho

Conhecidos também como pós-millenials e centennials, a Geração Z – minha geração – contempla os nascidos entre 1995 e 2010, ou seja, somos marcados pela internet.


5 min
11 mars 2024por Juliana Garcia

A geração Z é um paradoxo. Querem liberdade de horário, mas buscam estabilidade”, analisou Novo Constare no painel do SXSW “Gen Z no trabalho: líderes corporativos ou uma carreira de playground?”, ministrado ao lado de Galei Arnon (Fiverr), Valerie Capers Workman (Handshake) e Megan Suer (CNBC Make It). 

Ao The Daily Swile, Luciano Albuquerque, fundador e CEO da Lyga, startup que desenvolve jovens para grandes empresas como Vivo, Itaú e Unilever, foi na mesma linha de raciocínio: "a geração Z é um grupo de pessoas que têm passado por muitas crises globais desde que nasceram, sentindo incerteza, dificuldade de comprar coisas, consequentemente o que procuram é estabilidade, financeira e emocional". Quando falamos sobre o comportamento das novas gerações, em específico a Geração Z, que representará cerca de 27% da força de trabalho global até 2025, de acordo com o Fórum Econômico Mundial (WEF), alguns pontos precisam ser entendidos.

Geração Z na liderança

Um estudo realizado em 2023 pela plataforma de análise de pessoas Visier, revela que pouco mais da metade (55%) dos funcionários da Geração Z afirmam ter interesse em se tornar um executivo do C-level, ou seja, executivos seniors. O fator que está mais atrelado ao resultado da pesquisa é a falta de confiança em si para gerir equipes.

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"Partindo do pressuposto que os pós-millennials queiram ocupar altas posições, as empresas têm papel fundamental para que isso seja concretizado. As organizações precisam entender o potencial desse talento e criar ferramentas para suportar esse processo. É sempre muito irresponsável colocar uma pessoa em uma posição sem entender a capacidade e sem criar um cenário de apoio para que ela lide com o escopo, isso gera estresse para o funcionário, para as pessoas lideradas e pode impactar drasticamente na carreira da mesma e os resultados da empresa", analisa Matheus Fonseca, nascido em 1995, e que faz parte dos 45% que querem atingir o nível executivo. 

Formado na educação pública e a primeira pessoa da família a acessar o ensino superior, o geração Z acredita que os jovens não enxergam o trabalho apenas como fonte de renda, mas como um espaço que os ideais precisam estar alinhados e que exista caminho para diversidade. Matheus compartilha seu próprio exemplo enquanto cofundador da Leapy, plataforma de contratação, desenvolvimento e gestão de jovens aprendizes com a ambiciosa missão de acabar com o desemprego jovem na América Latina: "desde o dia zero, o objetivo nunca foi pequeno, em nenhum momento falamos sobre 'construir' um projeto para impactar apenas alguns jovens". 

Quais as características sociais?

"A Geração Z está tentando preencher sua vida, além do trabalho. O trabalho é parte, mas não o todo. As empresas terão que entender que a nova geração não quer viver só de negócios, querem passear com os amigos, ter tempo para praticar algum hobby. São pessoas que pensam o tempo, o trabalho de forma inteligente já que aprendem muito rápido. Entendem que produtividade não é trabalhar muitas horas, mas de forma eficiente", diz a diretora jurídica Valerie.

Essa constatação é comprovada no mesmo estudo da Visier, citado acima, a Geração Z anseia passar tempo com seu ciclo social (67%), ter saúde física e mental (64%) e viajar (58%). Matheus ressalta que "como nasceram, cresceram e se formaram em um contexto de constante acesso à informação, dois anos de pandemia e isolamento social, guerras espalhadas pelo mundo e muitas outras questões político-econômicas críticas, esses jovens são engajados social e politicamente e buscam por propósito e felicidade, por exemplo.

A plataforma de contratação Handshake analisou que quase 71% dos jovens são mais propensos a se candidatar a um emprego com horário flexível; 36% procuram um emprego com divisão uniforme entre trabalho presencial e remoto; 14% querem totalmente remoto e 11% querem totalmente presencial. "A grande maioria dos pós-millennials, se formou no ensino superior durante a pandemia. A carreira de muitos começou de forma remota, depois da COVID 19 tiveram que iniciar uma nova etapa presencial. A Geração Z ainda está confusa, foram forjados pela instabilidade", reflete a chefe de negócios da Fiverr Galei Arnon.

Convívio entre gerações

No painel “Gen Z no trabalho: líderes corporativos ou uma carreira de playground?”, os palestrantes ressaltaram que "gaps" geracionais existem e sempre existiram. Mas cabe à geração mais velha respeitar as características dos jovens que estão chegando ao mercado de trabalho e "não olharem com ar de superioridade ou julgarem ingenuidade por falta de vivência de certo período do tempo". 

"Não existe um mundo no qual as empresas não tenham que se relacionar com essa geração, seja como força de trabalho ou consumidores, e é necessário que cada parte ceda um pouco para encontrar um equilíbrio", complementa o fundador da Leapy.

A lição disso tudo é: não importa se somos ou não da geração Z, empresas terão de entender, contratar e desenvolver os jovens se quiserem abraçar o futuro que começa hoje!

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Juliana Garcia

Jornalista

Sou jornalista, apaixonada por audiovisual, redes sociais, pessoas e soluções. Tenho alma sonhadora, mas construo meu caminho na realidade. Apaixonada por arte, natureza, cinema, eu gosto mesmo é da vida.

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