mundo do trabalho

Como será o RH em 2050?

Quem melhor do que um ou uma PROFISSIONAL DE RH pode responder a esta pergunta tão simples quanto difícil: como será o […]


13 min
7 avril 2025por Lucas Ericlyn

Quem melhor do que um ou uma PROFISSIONAL DE RH pode responder a esta pergunta tão simples quanto difícil: como será o RH em 2050? Fiz 5 perguntas simples. Aqui estão as melhores respostas dos nossos especialistas.


Quais serão as principais missões do RH em 2050?

▶️ MAUD: Os RHs serão arquitetos estratégicos, integrando humanos e IA em ambientes inclusivos e performáticos. Eles conduzirão a transformação organizacional, cultivarão uma cultura híbrida e garantirão o bem-estar global dos colaboradores. O seu papel será central para alinhar tecnologia, ética e estratégia humana.

▶️ MAGALIE: O RH será o parceiro indispensável para acompanhar as mudanças organizacionais (fusões, aquisições, otimização dos processos internos, eliminação de postos, evolução das profissões, flexibilidade dos modos de organização do trabalho…). Ele também deverá antecipar as necessidades de competências para acompanhar os percursos profissionais e prevenir os riscos psicossociais.

▶️ CAMILLE: O RH de 2050 é um pouco o mestre de cerimônias de um cabaré cósmico, "alternando" entre humanos telepatas e em busca de sentido, inteligências artificiais caprichosas porque querem um "descanso de bateria", e homens-conectados que negociam seus horários de acordo com a rotação de seu planeta... tudo com humor igual, em uma gestão de estresse impecável, enquanto se certificam de ser transparentes e que ninguém perca a pausa em Marte. :)

▶️ DONATIEN: Será necessário manter o ser humano no centro, equilibrando a inovação tecnológica e valores como a inclusão e a ética. Criar ambientes de trabalho atraentes, sustentáveis e flexíveis para atender às expectativas das gerações futuras. Antecipar as necessidades graças a dados preditivos.

▶️ JANE: Em 2050, os RHs serão responsáveis por orquestrar as colaborações entre humanos e máquinas, integrando questões cruciais de ética, inovação e vínculo social. Sua missão consistirá em criar ambientes de trabalho onde humanos e robôs coabitam harmoniosamente, mantendo a criatividade e a humanidade no centro da organização.

▶️ LOBNA: O RH de 2050 será estratégico, sistêmico e visionário, ou não será! Ele pensará a empresa como um todo, incluindo todas as partes interessadas internas e externas (empregados, freelancers, agentes e assistentes de IA, clientes, fornecedores, concorrentes, ecossistemas de RH). Liberado do operacional, ele projeta a organização de hoje e imagina as organizações futuras e desejáveis.

▶️ CHRISTOPHE: Em 2050, o RH estará na encruzilhada entre inovação tecnológica, desempenho organizacional e compromisso social. A gestão administrativa, tal como a conhecemos hoje, não será mais um assunto: a URSSAF e a inspeção do trabalho terão automatizado todos os controles possíveis e imagináveis. Os dados de RH serão coletados, normalizados e restituídos de forma fluida, eliminando as complexidades atuais.

Essa simplificação permitirá que a função de RH se concentre em missões de alto valor agregado para a empresa.

  • Garantir um ecossistema digital performático, intuitivo e adaptado às necessidades dos colaboradores.
  • Conceber e implementar programas de sensibilização sobre saúde e bem-estar no trabalho.
  • Iniciar e conduzir ações para proteger e preservar o meio ambiente, com o que restar dele.
  • Assegurar uma organização ágil, capaz de se ajustar rapidamente a ambientes profissionais cada vez mais dinâmicos e incertos.

▶️ LÉNA: O RH será um facilitador de riquezas humanas de forma transversal na empresa. Ele deverá garantir que as pessoas certas estejam no lugar certo, na hora certa, e se posicionar como conselheiro e futurista junto a toda a organização para garantir uma coerência entre a promessa do empregador e a experiência do colaborador.

▶️ JESSICA: Será hora de se concentrar nas relações humanas. Entre 2025 e 2050, será imperativo ter conseguido a virada da transformação digital e agora da inteligência artificial... Os RHs são, infelizmente, muitas vezes pouco equipados para enfrentar todos esses desafios tecnológicos, o que os impede de ter tempo suficiente para se concentrar no acompanhamento dos gestores e colaboradores.


Quais serão as principais problemáticas dos RHs em 2050?

▶️ MAUD: Os RHs terão que gerenciar a redefinição do sentido do trabalho em um mundo automatizado, a proteção dos dados pessoais e a diversidade das equipes globalizadas.

▶️ MAGALIE: Os RHs deverão encontrar o justo equilíbrio entre manter um coletivo de trabalho performante orientado para uma visão comum e levar em conta as especificidades e aspirações individuais. Eles deverão dominar a gestão de projetos em ciclos curtos, mantendo uma visão prospectiva e estratégica a longo prazo.

▶️ CAMILLE: A busca por esse equilíbrio frágil entre a IA e o antídoto contra a IA total.

▶️ DONATIEN: Atender às expectativas crescentes sobre a transparência e a personalização dos percursos profissionais. Gerir a colaboração homem-máquina (AGI/ASI) enquanto se mantém alinhado com as necessidades humanas. Identificar e corrigir os preconceitos nas decisões automatizadas para garantir a equidade.

▶️ JANE: as principais problemáticas dos RHs girarão em torno da gestão da integração homem-robô, da ética da IA e da preservação do humano em ambientes de trabalho altamente automatizados. Mais do que nunca, eles terão que ser tão especialistas em tecnologias quanto em psicologia para preservar o bem-estar mental e o vínculo social em um mundo de trabalho automatizado.

▶️ CHRISTOPHE: Os DRHs terão que…

  • Ser mais orientados por dados: desenvolver sua capacidade de analisar e explorar os dados para tomar decisões informadas.
  • Ser mais digitalizados: integrar as tecnologias emergentes para otimizar os processos e melhorar a experiência do colaborador.
  • Ser melhores comunicadores: reforçar sua capacidade de unir, explicar e valorizar suas iniciativas junto aos funcionários e partes interessadas.
  • Ser ainda mais orientados para os negócios: envolver-se diretamente no desempenho econômico e estratégico da empresa.

Em resumo, as equipes de RH do futuro deverão ser mais digitais, mais próximas dos desafios de marketing e comunicação, e demonstrar um verdadeiro apetite pelo desenvolvimento dos negócios da empresa.

▶️ LÉNA: A confidencialidade e proteção dos dados pessoais e profissionais (com destaque para as ferramentas digitais abertas que estão surgindo) serão primordiais. Ele deverá atrair e fidelizar talentos cujas necessidades evoluem: modos (CLT/Freelancer/Temporário) e formas de trabalho (trabalho remoto, nomadismo, slashing, job sharing…). Finalmente, a questão da intergeracionalidade e a gestão de crises (ecológicas, sanitárias, econômicas, sociais…) não poderão ser esquecidas.

▶️ JESSICA: A abordagem "people as a product" será fundamental: inspirar-se na gestão de produtos para aplicá-la a todo o nosso funcionamento como departamento. A obsolescência programada das competências e a gestão previsional dos talentos serão problemáticas essenciais.

O RH terá mais poder? Se sim, quais?

▶️ MAUD: Sim, o RH se tornará um ator-chave nas decisões estratégicas, influenciando a orientação tecnológica, os investimentos humanos e os compromissos sociais. Sua postura ética e sua visão global reforçarão sua legitimidade no mesmo nível que os outros dirigentes executivos.

▶️ CAMILLE: O aumento da "politização" da profissão de RH faz dele um vetor multidimensional no sucesso das organizações. Em 2050, o RH é Coach e Facilitador, Recrutador e Agente de Talentos, Advogado e Analista de Dados, Growth Marketer e Social Linker.

▶️ DONATIEN: Claramente! Eles terão uma verdadeira influência nos negócios, ligando desempenhos humanos e resultados operacionais. Eles estarão no centro das decisões estratégicas, graças à IA, e seu papel fundamental na gestão de talentos e cérebros! Eles também serão os guardiões dos valores, garantindo que a IA permaneça alinhada com a ética e os objetivos humanos.

▶️ JANE: Sim, o RH poderia ter mais poder. Com o aumento do poder da IA e da robótica, o DRH será responsável por decisões cruciais sobre a composição das equipes híbridas (humanos e robôs), a ética do uso das tecnologias e a gestão das competências indispensáveis para acompanhar a inovação. O RH será um parceiro-chave na governança da empresa.

▶️ CHRISTOPHE: Em 2050, o RH certamente terá mais poder do que hoje, mas esses poderes serão bem diferentes.

  • Um papel-chave na governança da empresa: influenciar diretamente as orientações estratégicas da empresa, assim como os diretores financeiros ou tecnológicos.
  • O poder de influenciar a cultura empresarial: ele será responsável por criar um ambiente alinhado com as expectativas dos colaboradores e os objetivos de negócios, enquanto garante que a organização continue atraente para os talentos.
  • Uma influência aumentada graças ao domínio das ferramentas digitais: ele poderá antecipar as necessidades de competências, detectar os sinais fracos nas organizações e propor soluções inovadoras para melhorar o desempenho global.
  • Um poder reforçado em matéria de RSE e impacto social: o RH se tornará o maestro das iniciativas relacionadas à diversidade, inclusão, bem-estar e meio ambiente.
  • A capacidade de agir sobre o desempenho econômico: em 2050, o RH não será mais percebido como um simples gestor de recursos humanos, mas como um verdadeiro catalisador de desempenho. Ao pilotar programas de engajamento, formação e desenvolvimento de talentos, ele contribuirá diretamente para a melhoria dos resultados financeiros e para a competitividade da empresa.

▶️ LÉNA: Sim, o RH se tornará um pilar estratégico das organizações, assim como o CFO ou o CEO. Ele terá uma influência estratégica, pilotará a inovação social (desenvolvimento de novos modelos organizacionais baseados na flexibilidade e agilidade) e gerenciará as transformações (automação, transição ecológica e novas formas de trabalho).

▶️ JESSICA: Essa mudança já está ocorrendo com o papel de HRBP (Human Resources Business Partner), onde a função de RH assume um papel mais estratégico, menos administrativo, aproximando-se do negócio. A principal contribuição desse papel é garantir que os RH estejam muito envolvidos na atividade econômica da empresa.

RH será menos genderizado?

▶️ MAUD: A função de RH, muitas vezes, é percebida como feminina, e será progressivamente desgenerificada. Se os cargos de RH são hoje majoritariamente masculinos, a evolução das mentalidades e das práticas inclusivas permitirá um melhor equilíbrio em todos os níveis.

▶️ CAMILLE: A desconstrução dos estereótipos que estamos vivendo, o desenvolvimento da inteligência emocional e relacional, nos levam muito rapidamente a uma lógica de valorizar a unicidade na diversidade.

▶️ DONATIEN: Provavelmente sim. As novas gerações valorizam a inclusão e a diversidade. A profissão evoluirá para cargos mais definidos pelas capacidades e não pelo gênero. Depois, continuamos sendo humanos, não máquinas, sempre haverá preconceitos em nossos sistemas.

▶️ JANE: Eu espero que sim! Com a ascensão da diversidade e da inclusão como prioridades estratégicas, os próprios RHs estão cada vez mais empenhados em reduzir os preconceitos e os estereótipos, incluindo aqueles que existem dentro de sua própria função. Além disso, com a transformação tecnológica e a integração de competências em IA, robótica e ética, os RH evoluirão para papéis mais técnicos, atraindo uma diversidade de perfis e trajetórias profissionais.

▶️ CHRISTOPHE: Em 2050, os papéis de RH e DRH têm todas as chances de ser muito menos marcados por gênero do que são hoje. As evoluções sociais, as políticas de diversidade e inclusão, bem como as expectativas das novas gerações, já estão levando as empresas a desconstruir os estereótipos relacionados às profissões. Hoje, os DRHs são frequentemente oriundos das ciências humanas ou de trajetórias voltadas para a gestão. Em 2050, a abertura dos RH para competências mais tecnológicas, em ciências de dados ou em marketing, atrairá perfis mais variados, especialmente masculinos.

▶️ LÉNA: Eu espero que sim! As profissões de RH se concentrarão mais em competências e habilidades (análise, criatividade, empatia) que transcendem os estereótipos de gênero. Os esforços para a igualdade de gênero e uma maior diversidade também devem ajudar a reduzir a percepção de gênero nas funções de RH.

▶️ JESSICA: Espero principalmente que haja mais diretoras da função de RH, pois hoje as mulheres estão super-representadas na função como um todo, mas não o suficiente nos papéis de direção.

Os RH terão melhor reputação?

▶️ MAUD: Sim, mas com a condição de que eles falem ativamente para valorizar sua profissão. Ao compartilhar seus sucessos e mostrar seu papel estratégico, os RH poderão desconstruir os clichês que os cercam.

▶️ MAGALIE: Não, pois eles terão que acompanhar cortes de postos regulares.

▶️ CAMILLE: Quanto mais avançarmos na IA, mais o RH se tornará indispensável e se posicionará como a bússola moral das organizações.

▶️ DONATIEN: Sim, desde que permaneçam parceiros estratégicos e demonstrem seu papel essencial, especialmente na inclusão e na transformação digital. Ao dominar os desafios humanos e tecnológicos, eles se tornarão pilares do futuro do trabalho.

▶️ JANE: Se conseguirem dar a volta certa ao integrar plenamente os desafios da tecnologia, da ética e do bem-estar, é muito provável que sua reputação melhore. Eles se posicionarão então como atores indispensáveis na transformação das empresas, ganhando em impacto e credibilidade, ao mesmo tempo em que refletirão as mudanças sociais que ocorrerão no próprio coração da organização.

▶️ LOBNA: Tenho muita esperança em muitos assuntos, mas sou menos otimista neste ponto. Por duas razões:

Desconstruir um imaginário coletivo é muito demorado. São necessárias várias gerações para uma marca mudar a visão que os consumidores têm dela, mesmo com um grande esforço de comunicação e slogans publicitários. Imagine quando se trata da reputação de uma função, de uma profissão...

Porque não se faz um burro beber água se ele não está com sede. Os líderes, os funcionários e os gerentes que se interessam por suas equipes e pelos RHs entenderam o valor agregado da nossa função. São os outros que não sabem ou não têm vontade de saber. Os mesmos que repetem sem parar que os "RH não servem para nada e que eles não entendem nada". Na verdade, não tenho certeza de que eles tenham realmente se interessado pelo assunto. Isso não os impede, obviamente, de ter uma opinião muito firme. Tanto pior para eles!

▶️ CHRISTOPHE: A reputação do RH em 2050 provavelmente será muito melhor do que hoje. Seu papel estratégico, seu compromisso com o ser humano e sua capacidade de conduzir as transformações tecnológicas e sociais os tornarão atores indispensáveis e respeitados nas empresas. No entanto, essa mudança de percepção exigirá um esforço constante para demonstrar seu valor agregado e estar em sintonia com as expectativas dos colaboradores e das organizações. Então, no final das contas, talvez não mais do que hoje. :)

▶️ LÉNA: Sim, é certo! De fato, nossa profissão evoluiu totalmente nos últimos anos. Não somos mais os quadros administrativos que dão lições ou o "lobo mau" que demite! De qualquer forma, não apenas isso. Seremos amanhã ainda mais do que hoje catalisadores de competências e atores da performance. Eles não serão mais percebidos apenas como um centro de custo, mas como uma célula criadora de valor agregado para a empresa.

▶️ JESSICA: Estando mais próxima do negócio, mas também dos colaboradores e dos gestores, só posso imaginar uma melhoria nesse ponto!

Lucas Ericlyn

Editor de Conteúdo

Sou um conteudista apaixonado pelas palavras, cultura e inovação. Aposto nos artigos e nos textos como um esportista nas suas habilidades, um […]

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