Highlight SXSW: “Pare de resistir e comece a aprender sobre IA”
Todos os dias em uma das principais conferências de tecnologia, inovação, negócios e cultura do mundo, o South by Southwest, dois assuntos foram debatidos: saúde mental e Inteligência Artificial. Hoje, especialmente, focaremos em Inteligência Artificial.
A frase que dá título a este artigo é de Sandy Carter, que está entre as TOP 10 mulheres mais poderosas em tecnologia pela CNN. Em seu painel "Fusão mente-máquina: sete tendências futuras em um mundo de trabalho pós-IA", debateu como nós e as empresas precisam superar a fase de resistência e passar a acolher o que já é realidade, como aquele ditado "se não pode com eles, junte-se a eles", no caso, à Inteligência Artificial.
Sandy propõe três etapas básicas que precisamos começar a colocar em prática para não ficarmos atrasados no novo mundo: pensarmos a Inteligência Artificial, questionarmos; estudarmos sua aplicabilidade em negócios, funções que exercemos hoje e como podemos obter lucro com ela, afinal não importa qual nicho trabalhemos, a IA estará presente em todos; por fim, não virarmos as costas para Inteligência Artificial, mas começarmos a entendê-la.
A redação recomenda
Uma evolução cada vez mais rápida
Tiago Pereira, Customer Success Manager da Radancy, forncecedora líder de software de aquisição de talentos baseado em nuvem, pondera ao The Daily Swile que: “um dos desafios da Inteligência Artificial são as ‘alucinações’, ou seja, são conteúdos que a IA cria e entendemos como falsos. Na verdade, a inteligência só está tentando dar significado para algo que ela não sabe exatamente o que é. Ainda está em processo de aprendizado. Geralmente, são assuntos muito complexos ou específicos. A perspectiva é que isso diminua consideravelmente nos próximos anos.”
E o motivo para não temermos é exatamente porque a Inteligência Artificial está a todo momento melhorando “até 2050, viveremos a experiência evolutiva de 100 anos em 25”, afirma Ian Beacraft, da Signal and Cipher e uma das maiores vozes em Inteligência Artificial e futuro do trabalho durante o SXSW.
Quem tiver a habilidade de fazer parte do processo de crescimento da IA será quem despontará no mercado. Por exemplo: um designer que utilizou Inteligência Artificial em 2023 para criar certo projeto e entregá-lo em 6 meses, hoje consegue vender a mesma demanda em apenas 15 minutos. “A chave não está na hardskill, em aprender a usar o programa, isso todos podem e devem fazer, mas na habilidade humana em transmitir todas as suas ideias para o mecanismo”, conclui Ian.
Não é só surfar na onda
Na visão empresarial, Tiago explica o que as grandes empresas de tecnologia, como Google e Microsoft, estão chamando de “letramento digital”. Ou seja, líderes devem buscar pelo menos o mínimo de conhecimento na tecnologia que desejam aplicar para o seu negócio. “Protagonismo! Não adianta você assistir a empresa embarcar um monte de novos softwares que irão impactar no seu processo de trabalho e você ficar sentado.”
Em pesquisa liderada pela Global CEO Survey de 2024, 45% dos presidentes de empresas afirmam que seus negócios não durarão mais de 10 anos caso não implementem Inteligência Artificial ao modelo de trabalho.
“Não espere até a onda passar, será muito tarde. As empresas precisam entender que o treinamento será contínuo, porque IA está em mutação. Aqueles que surfarem a onda terão os melhores resultados quando o mar acalmar e as pessoas se acostumarem com a Inteligência Artificial. Não espere, precisamos começar a treinar os times, as pessoas”, alerta Nickle LaMoreaux, líder de estratégia da IBM, durante sua fala no South by Southwest de como a IA está mudando a arte do trabalho.
Nessa evolução da Inteligência Artificial, o sistema agora reage e coleta informações em “multimodal learning”, em português “aprendizagem multimodal”. Recebe vários tipos de base (imagem, texto, fala, dados numéricos) que são mesclados com diversos algoritmos de processamento para alcançar respostas mais realistas e verídicas às nossas perguntas. “A máquina agora é capaz de aprender como você aprende, tem sentidos que antes eram característicos dos humanos”, explica a especialista Sandy Carter.
Na visão de todos os grandes nomes em IA e futurismo que ouvimos no SXSW 2024, devemos superar o medo de viver com Inteligência Artificial, porque já está ao nosso redor e nem notamos. Sabe quando digitamos no celular e aparece sugestões de palavras? Inteligência artificial! O sistema já conhece o que normalmente escrevemos e entrega opções de texto relacionadas ao assunto.
Não resistir é o segredo
A pesquisa Global Views On A.I. 2023 revela que 51% dos brasileiros estão apreensivos com produtos e serviços que utilizam IA. Ao mesmo tempo, 66% também se mostraram empolgados com o uso da tecnologia e 64% acreditam que há mais benefícios do que malefícios.
Uma das partes positivas, além de aumento de produtividade, redução de tempo para processos empresariais, possibilidade criativa e democratização da informação, a Harvard Business Review constatou que as empresas que usam IA para vendas conseguiram aumentar seus leads (potenciais compradores de um produto ou serviço) em mais de 50%.
Agora o grande X da questão é quanto à regulamentação já que “hoje não é só criar texto! É sobre a inteligência ser capaz de criar imagens, vídeos...Como essa ferramenta vive com a gente de forma harmoniosa?”, questiona Tiago.
Caberá aos estados, governos e grandes instituições se unirem para regulamentar a tecnologia e prevenir o uso indevido de dados, distorção da realidade e fake news.
Fato é: a Inteligência Artificial veio para ficar e remodelar toda a forma humana de trabalho e vida, precisamos entendê-la mais do que ela entende a gente, assim garantiremos um futuro lucrativo e sem muitas dores de cabeça.
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