Reskilling e Upskilling: conceitos e diferenças da qualificação e requalificação
Mais preocupados com a escassez das habilidades profissionais adequadas, de olho na alta rotatividade de pessoas, em busca de estratégias diferenciadas para fortalecer a cultura organizacional? Prazer, esse é o perfil de uma grande parcela de gestores e líderes globais com os desafios em engajamento e ressignificação dos modelos de trabalho.
4 a cada 5 CEOs (PwC Global) revelam que esse “skill gap”, ou lacuna de habilidades, ameaça o crescimento dos negócios. E é nesse contexto que a qualificação e a requalificação aparecem como um caminho sem volta para aprimorar a produtividade, estimular a inovação e, mais do que nunca, trazer oportunidades de desenvolvimento e progressão dentro das empresas.
E se engana quem pensa que upskilling e reskilling estão dentro de um cenário apenas de automação e digitalização, com o avanço da tecnologia e impacto de IA e Big Data dentro dos processos. Habilidades humanas, de pensamento analítico, crítico, solução de problemas, flexibilidade, adaptabilidade, autoconsciência, estão entre as mais demandadas para os próximos anos. E deve ser essa a aposta de programas de treinamento e desenvolvimento.
Afinal, o que é reskilling e upskilling?
Segundo a McKinsey & Company, 80% das empresas já veem reflexo dessa falta de skills em seus times. Então, quais, de fato, são as definições?
- Upskilling: atualização, aprimoramento e aperfeiçoamento daquelas habilidades em uma posição em que você já está inserido. Ou seja, se há novas técnicas, novos conhecimentos necessários para desenvolver, trazer mais qualificação para aquela vaga.
- Reskilling: novas demandas, novas necessidades de especialização. No caso do reskill, os profissionais aprendem competências necessárias para cumprir novas funções, transitar em novas áreas, seja por oportunidades emergentes do mercado ou por mobilidade interna nas empresas.
A redação recomenda
O relatório divulgado recentemente sobre o “Futuro do Recrutamento 2024” constatou que houve um aumento de 6 pontos percentuais entre os profissionais que afirmam que as áreas de atração de talentos e de T&D devem estar mais juntas. Isso mostra que pensar em qualificação e requalificação não é só uma tendência, mas uma estratégia eficaz para desenvolver os colaboradores que já estão na empresa e contratar novos profissionais mais preparados como uma combinação de sucesso. Aquele ganha-ganha entre atrair e engajar.
E são dados, não achismo. Afinal, uma outra pesquisa, da Harvard Business Review, também nos conta que ter processos, ferramentas e cultura adequados resulta em profissionais 230% mais engajados e com 85% mais chances de continuarem na empresa por até três anos ou mais. Um investimento importante, já que um baixo engajamento chega a custar $8,8 trilhões de dólares para a economia global (State of the Global Workplace 2023).
Passo a passo de uma cultura de aprendizagem
O que deve ser prioridade é a construção de uma cultura de aprendizado. Estimular ações isoladas perde força quando pensamos na velocidade das transformações e no surgimento de novas competências a cada ano. E sendo bem realista, estamos falando de mudanças a cada dia. Então, não dá para pensar em qualificação e requalificação sem continuidade.
É preciso identificar as lacunas, mapeando as habilidades necessárias para cada área de atuação e planejar programas de educação corporativa atrelados ao plano de carreira individual e às oportunidades de mobilidade interna. Para se ter uma ideia, as empresas que se destacam na mobilidade interna mantém os funcionários por um tempo, em média, quase duas vezes maior do que as empresas com menos ações de treinamento e desenvolvimento.
Ao identificar as soft skills ou as hard skills essenciais para o perfil do seu negócio, a etapa seguinte olha para cada pessoa que faz parte da empresa e define prioridades em curto, médio e longo prazo. É conhecer bem e conseguir aliar tudo isso aos objetivos de desenvolvimento sem perder o foco nos resultados, mas também cuidando da experiência e da jornada das pessoas.
Com as habilidades mapeadas, tudo começa a ganhar corpo e o RH anda lado a lado da criatividade. Isso porque, na definição dos programas de qualificação ou requalificação, traçar um plano de treinamentos, cursos, mentorias, palestras, seja interno ou através de empresas terceirizadas, online ou presenciais, é uma boa hora para inovar também.
O papel do profissional e os benefícios do Lifelong Learning
E os profissionais também podem se antecipar, auto avaliar e estar sempre atualizados. É o que se chama de Lifelong Learning, ou aprendizado ao longo da vida, que deve ser estimulado continuamente dentro e fora do escritório. Ou seja, você pode ser o melhor analista de vendas, com excelentes metas batidas, um verdadeiro especialista. Se você pensa em crescer e se tornar um gerente, quais habilidades precisam ser trabalhadas e desenvolvidas para esse grande passo?
Da mesma forma, você pode estar em uma posição que está sendo cada vez mais automatizada. O que pode ser aprimorado de forma estratégica para um reposicionamento profissional? Você tem competências que podem ser trabalhadas e aprendidas para ter sucesso em novas áreas? O medo e a insegurança na hora da requalificação podem bater, mas grandes carreiras começam quando se abraça a oportunidade de aprendizagem.
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