Nomadismo Digital: por que não é mais uma realidade distante?
Trabalhar de qualquer lugar, carregando o escritório na mochila e explorando o mundo tem tem despertado o interesse de muita gente por um fenômeno moderno: o nomadismo digital.
Esse estilo de vida ganhou força durante o período de home office causado pela pandemia de Covid. Em 2022, já tinha reunido cerca de 35 milhões de adeptos globalmente, e há projeções de atingir 1 bilhão até 2035, conforme relatório da Fragomen, uma empresa especializada em migração. Vamos entender um pouco mais sobre o assunto?
O que é um Nômade Digital?
O nômade digital é aquele profissional que desbrava seu ofício de onde quer que esteja, munido apenas de um celular, notebook ou tablet, desde que conectado à internet. Essencialmente, tudo o que ele necessita é um dispositivo que lhe permita trabalhar e, é claro, uma conexão com a grande web mundial de informações.
A ideia do termo surgiu lá em 1997, com o livro "Digital Nomad", dos visionários Tsugio Makimoto e David Manners. Eles apostaram que as novas tecnologias despertariam novamente o desejo ancestral de explorar o mundo, transformando isso num estilo de vida moderno. E não é que estavam certos?
Para realmente captar a ideia, é só dar uma relembrada no que significa ser um nômade.
O termo "nômade" se refere a um estilo de vida caracterizado pela ausência de um local fixo de residência ou trabalho. Os nômades têm uma tendência natural de se deslocar de um lugar para outro, muitas vezes seguindo padrões sazonais ou em busca de recursos, oportunidades ou simplesmente por preferência pessoal.
Na história, os nômades eram frequentemente associados a grupos como pastores nômades, que se moviam em busca de pastagens para seus animais. No entanto, o conceito evoluiu para abranger uma variedade de contextos. Os nômades modernos são pessoas que escolhem não se fixar a um lugar específico, aproveitando a liberdade para explorar diferentes regiões, culturas e estilos de vida.
E no Brasil?
O mundo está se tornando o playground dos nômades digitais, e o Brasil está se abrindo para receber esses profissionais do futuro. Aqui, estrangeiros interessados em trabalhar remotamente têm a oportunidade de garantir vistos específicos, contanto que atendam a requisitos como uma renda mensal mínima de US$ 1,5 mil ou um saldo bancário de pelo menos US$ 18 mil.
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Entre janeiro e novembro de 2022, mais de 300 desses vistos foram concedidos no Brasil, com cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina liderando as solicitações. O Rio, em especial, tem se destacado como um ponto de interesse para esses profissionais, sendo considerado um destino mais acessível em comparação a grandes metrópoles globais. A vantagem está nas taxas de câmbio atuais, tornando a vida aqui mais viável para aqueles que ganham em dólar ou euro, moedas mais estáveis em relação ao real.
O mercado está se adaptando?
Nunca é demais lembrar que mudanças levam tempo para serem totalmente aceitas e que não resistir a elas é um excelente começo para quem deseja implantar novos hábitos nas empresas.
Companhias estão revendo suas políticas, abrindo caminho para flexibilidade no local de trabalho. Elas começam a compreender que a produtividade não está presa a quatro paredes e horários fixos. Ao invés disso, estão explorando opções como horários mais flexíveis e a possibilidade de trabalhar remotamente, abraçando a ideia de que o talento não está restrito a uma localização geográfica específica.
O Rio de Janeiro saiu na frente ao lançar o "Rio Digital Nomads" em 2021, um pioneiro polo para nômades digitais na América do Sul. Hoje, esse projeto oferece uma rede de apoio com dezenas de co-workings, hotéis, hostels e shoppings como parceiros, proporcionando um ambiente propício para quem busca uma mudança de cenário e estilo de vida. Este é o lugar onde a nova era do trabalho remoto encontra uma nova casa.
Além disso, serviços e ferramentas digitais estão evoluindo para atender a essa nova demanda. Desde plataformas de colaboração remota até aplicativos que ajudam a encontrar acomodações flexíveis, o mercado está criando soluções cada vez mais adaptadas para atender às necessidades específicas desse estilo de vida nômade.
Afinal, esse estilo de vida é para você?
Até aqui, você viu o que é o nomadismo digital e percebeu que é uma modalidade de trabalho cheia de oportunidades. Mas será que esse é mesmo o melhor caminho para você? Para descobrir a resposta, confira algumas informações que vão te ajudar a entender se essa é a melhor opção para o seu momento de vida atual e seu perfil:
Flexibilidade vs. Rotina: O nomadismo digital oferece liberdade de escolha no local de trabalho, mas você prefere uma rotina mais estruturada ou está aberto(a) a uma vida mais flexível?
Adaptação à mudança: Estar constantemente em movimento pode ser estimulante, mas também desafiador. Você se adapta bem a mudanças frequentes ou prefere estabilidade?
Conexões sociais: Trabalhar remotamente pode ser solitário. Você se sente confortável com a ideia de construir conexões em diferentes lugares ou valoriza mais um ambiente social estável?
Equilíbrio entre trabalho e vida pessoal: O nomadismo digital pode confundir os limites entre trabalho e vida pessoal. Você consegue estabelecer e manter esse equilíbrio facilmente?
Autodisciplina: Trabalhar remotamente requer autodisciplina. Você consegue se manter focado(a) e motivado(a) sem a estrutura de um ambiente de trabalho convencional?
Estabilidade financeira: O nomadismo digital pode trazer incertezas financeiras. Você está preparado(a) para lidar com essa variabilidade?
Avaliar esses pontos pode te ajudar a entender se o nomadismo digital combina com seu estilo de vida atual e suas preferências pessoais. É uma escolha emocionante, mas requer reflexão para garantir que se alinhe com suas necessidades e objetivos.
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