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Mulheres Negras na Era da AI: por que temos que fazer parte desse clube?

A inteligência artificial (IA) tem sido o assunto mais comentado no mundo da tecnologia e além, permeando discussões que vão desde os corredores corporativos até as mesas de bar. “Vou perder meu emprego!”, “A IA vai roubar meu trabalho!”, são apenas alguns dos pensamentos que ecoam em meio às incertezas geradas pela ascensão da IA.


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Contudo, especialistas como Arthur Igreja ressaltam que a IA não veio para tirar empregos, mas sim como uma ferramenta para otimizar tempo, facilitar trabalhos e melhorar a performance. E eu concordo com isso, mas tenho minhas ressalvas.

Entretanto, uma questão que merece destaque é quem está liderando o desenvolvimento dessa tecnologia. Afinal, são seres humanos que criam a IA, e é crucial questionar que tipo de informações e imagens estão sendo alimentadas. Será que estamos garantindo que a IA nos apresente um mundo diverso e inclusivo, com representatividade de pessoas negras?

Recentemente, a Gemini do Google se envolveu em uma polêmica ao exibir imagens de pessoas negras em situações onde historicamente não estiveram presentes. Imagens de soldados nazistas foram manipuladas para parecerem negros. Isso nos alerta para o perigo de viés racial nas tecnologias de IA.

Quem cria e domina a IA?

Mais do que temer pela substituição de empregos, é essencial discutir quem detém o poder de criar e dominar essa tecnologia. Será que estamos diante de um clube exclusivo da elite tecnológica, onde não há espaço para negros, mulheres, LGBTs e indígenas? Como podemos garantir que todos tenham acesso e capacidade de criar IA inclusivas e livres de viés racial ou político?

E as mulheres? E as mulheres negras? Elas estão sendo consideradas nesse discurso, têm participado dessa discussão, têm tido acesso a tecnologia? Há quem acredite e defenda que as  mulheres estão na linha de frente desse movimento de construção de tecnologias mais justas e solidárias para o futuro, assim como foi discutido no episódio 42 do podcast ‘Conversa de Portão’. No bate-papo, muito se enfatizou que, para as mulheres negras, a inovação deve estar aliada aos direitos humanos, justiça social, respeito ao meio ambiente, economia solidária, trabalho digno e equidade de gênero.

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No entanto, as mulheres negras enfrentam barreiras significativas no acesso à tecnologia e, consequentemente, na formação e carreira na área. Essa disparidade de acesso cria um ciclo que perpetua a exclusão e reforça desigualdades já existentes.

A hora de mudar é agora

Para mudar esse cenário, é necessário investir em programas de inclusão digital e formação em tecnologia voltados especificamente para mulheres negras. E já tem muitos deles acontecendo por aí com esse foco, como o Infopreta, PrograMaria e Elas Programam. Além disso, as empresas e instituições devem adotar políticas de diversidade e inclusão que garantam a representatividade e o empoderamento dessas mulheres em todos os níveis da indústria de tecnologia.

A presença de mulheres negras na tecnologia não é apenas uma questão de justiça social, mas também de garantir que as soluções tecnológicas desenvolvidas reflitam a diversidade e as necessidades de toda a sociedade. É hora de desconstruir barreiras e abrir caminho para uma era de IA verdadeiramente inclusiva e equitativa. Bora nessa?

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Letícia Vidica

Jornalista

Jornalista,  apresentadora, palestrante, mestre de cerimônias, escritora e criadora de conteúdo.

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