mundo do trabalho

Ergofobia: o medo de ir trabalhar – É uma situação séria, doutor?

Ergophobie : comment reconnaître (et vaincre) sa peur du travail ?

Assim como algumas pessoas sentem um terror intenso em relação a aranhas ou espaços confinados, para outras, é o próprio trabalho que se torna o epicentro de suas angústias. Esse medo tem um nome: ergofobia. Neste artigo, vamos explorar como identificar esse medo e, mais importante ainda, descobrir maneiras de superá-lo. Continue a leitura!


5 min
28 novembre 2023por Lucas Ericlyn

Quem nunca experimentou uma sensação de sobrecarga ou uma apreensão intensa ao se dirigir ao trabalho? Se multiplicarmos essa emoção por mil, acrescentarmos um toque de paralisia e uma perspectiva de longo prazo, então, sem dúvida, você está lidando com a ergofobia.

A ergofobia é definida como o "medo irracional e exagerado do trabalho”. Ansiedade tão profunda e incontrolável que impede as pessoas de irem trabalhar, ou as obriga a parar no meio do dia para voltar para casa.

O tema foi pouco explorado em estudos, o que deixa indefinido o número real de pessoas afetadas por esse fenômeno. Além disso, o diagnóstico é complexo, o que contribui para essa incerteza.

Como identificar a ergofobia?

Na prática, os sintomas da ergofobia se assemelham, ou quase idênticos, aos sintomas de qualquer outra fobia:

  • O paciente pode experimentar tonturas, desmaios ou desconforto;
  • Ocorrências de calor intenso, calafrios e suores frios;
  • Medo pode levar a palpitações ou náuseas, chegando até vômitos e dores abdominais.

Em resumo, a ergofobia vai além da simples dose de adrenalina que alguém sente antes de uma grande reunião ou encontro com um cliente.

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Mas, como outras fobias, ela se manifesta de maneira diferente de um indivíduo para outro. Para alguns, os sintomas serão desencadeados assim que chegarem ao local de trabalho - para outros, em situações específicas, como uma troca com o superior. Outro ponto: a ergofobia não deve ser confundida com uma crise de ansiedade, que se estende além do âmbito profissional.

💡 Um Perfil Característico? Embora não exista uma representação exata, certas pessoas tendem a exibir inclinações mais ergofóbicas. Especialmente entre os líderes, isso pode ser observado em indivíduos que lidam com a síndrome do impostor ou enfrentam baixa autoestima de maneira geral.

Superando estigmas e falsas impressões

Assim como qualquer fobia considerada "incomum", atalhos e estereótipos estão por toda parte. Afinal, o medo do trabalho não é sinônimo de "não gostar de trabalhar"! Na era das discussões sobre saúde mental e qualidade de vida no trabalho é crucial trabalharmos juntos para desmontar essas ideias preconcebidas:

  • Estresse ou esgotamento: A carga mental que enfrentamos no trabalho (muitas vezes autoimposta) pode ser um terreno fértil para a ergofobia, mas não é igual ao medo paralisante em si. 
  • Medo do chefe: O receio em relação ao chefe é uma reação racional ou irracional? O temor em relação ao superior imediato pode ocorrer devido ao poder que esse indivíduo possui sobre nossa vida profissional, mas esse medo isoladamente não reflete a ansiedade generalizada. 
  • Medo de sair de casa: Por último, mas não menos importante, a ergofobia não deve ser confundida com a agorafobia, o medo de estar em espaços públicos ou de não conseguir sair deles facilmente. 

Embora todas essas situações possam contribuir para o problema, muitas vezes, é a natureza prolongada e irracional que distingue a ergofobia dessas condições específicas.

💡 Atenção

Se você sofre de ergofobia, saiba que pode solicitar a paralisação do trabalho. A única condição: essa paralisação deve ser concedida por um psiquiatra, único profissional até hoje autorizado a julgar a existência de um transtorno mental.

Caminhos para a cura

Existe uma cura para o medo do trabalho? Será que, da mesma forma que enfrentamos gradualmente o medo de aranhas, podemos nos expor progressivamente ao trabalho? A resposta não é tão simples... Antes de mergulharmos na essência do problema, é fundamental rastrear suas origens:

  • A fobia vem de uma experiência passada significativa, como um esgotamento ou bullying?;
  • Ou uma desvantagem de acesso ao quadro profissional?;
  • Estaria relacionado ao seu trabalho ou sua empresa atual? Nesse caso, o status de autônomo ou uma mudança de carreira também podem desbloquear a situação;
  • Ou ainda uma ideia pré-concebida do mundo do trabalho, transmitida pelos seus pais ou familiares?;
  • É, ao contrário, um medo irracional?

Além disso, o segundo critério, dependendo da gravidade da fobia (e do diagnóstico estabelecido acima), é a capacidade de expressar seus sentimentos sem receio de estigmatização ou isolamento.

Por fim, adotar uma terapia focada na análise de comportamentos pode ajudar a aliviar ou até mesmo superar esse medo. Nesse programa, são utilizados métodos que incluem exposição gradual às situações de trabalho, a prática de se isolar de pensamentos negativos e o fortalecimento da autoconfiança.

Além disso, considerar tratamentos relaxantes como ioga ou meditação também pode ser benéfico para aliviar esses medos.

💡 Os empregadores e os gestores também têm um papel a desempenhar
A luta contra a ergofobia não pode ser travada sozinha… Os RH e os gestores também podem tomar medidas para remover as barreiras e fazer com que as pessoas se sintam confortáveis e seguras para falarem. É possível se informar sobre a situação (a leitura deste artigo já é um ótimo começo) e abrir a discussão em torno da saúde mental e dos medos relacionados com o trabalho. Isso já faz muita diferença!

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Lucas Ericlyn

Editor de Conteúdo

Sou um conteudista apaixonado pelas palavras, cultura e inovação. Aposto nos artigos e nos textos como um esportista nas suas habilidades, um […]

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