Ergofobia: o medo de ir trabalhar – É uma situação séria, doutor?
Assim como algumas pessoas sentem um terror intenso em relação a aranhas ou espaços confinados, para outras, é o próprio trabalho que se torna o epicentro de suas angústias. Esse medo tem um nome: ergofobia. Neste artigo, vamos explorar como identificar esse medo e, mais importante ainda, descobrir maneiras de superá-lo. Continue a leitura!
Quem nunca experimentou uma sensação de sobrecarga ou uma apreensão intensa ao se dirigir ao trabalho? Se multiplicarmos essa emoção por mil, acrescentarmos um toque de paralisia e uma perspectiva de longo prazo, então, sem dúvida, você está lidando com a ergofobia.
A ergofobia é definida como o "medo irracional e exagerado do trabalho”. Ansiedade tão profunda e incontrolável que impede as pessoas de irem trabalhar, ou as obriga a parar no meio do dia para voltar para casa.
O tema foi pouco explorado em estudos, o que deixa indefinido o número real de pessoas afetadas por esse fenômeno. Além disso, o diagnóstico é complexo, o que contribui para essa incerteza.
Como identificar a ergofobia?
Na prática, os sintomas da ergofobia se assemelham, ou quase idênticos, aos sintomas de qualquer outra fobia:
- O paciente pode experimentar tonturas, desmaios ou desconforto;
- Ocorrências de calor intenso, calafrios e suores frios;
- Medo pode levar a palpitações ou náuseas, chegando até vômitos e dores abdominais.
Em resumo, a ergofobia vai além da simples dose de adrenalina que alguém sente antes de uma grande reunião ou encontro com um cliente.
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Mas, como outras fobias, ela se manifesta de maneira diferente de um indivíduo para outro. Para alguns, os sintomas serão desencadeados assim que chegarem ao local de trabalho - para outros, em situações específicas, como uma troca com o superior. Outro ponto: a ergofobia não deve ser confundida com uma crise de ansiedade, que se estende além do âmbito profissional.
💡 Um Perfil Característico? Embora não exista uma representação exata, certas pessoas tendem a exibir inclinações mais ergofóbicas. Especialmente entre os líderes, isso pode ser observado em indivíduos que lidam com a síndrome do impostor ou enfrentam baixa autoestima de maneira geral.
Superando estigmas e falsas impressões
Assim como qualquer fobia considerada "incomum", atalhos e estereótipos estão por toda parte. Afinal, o medo do trabalho não é sinônimo de "não gostar de trabalhar"! Na era das discussões sobre saúde mental e qualidade de vida no trabalho é crucial trabalharmos juntos para desmontar essas ideias preconcebidas:
- Estresse ou esgotamento: A carga mental que enfrentamos no trabalho (muitas vezes autoimposta) pode ser um terreno fértil para a ergofobia, mas não é igual ao medo paralisante em si.
- Medo do chefe: O receio em relação ao chefe é uma reação racional ou irracional? O temor em relação ao superior imediato pode ocorrer devido ao poder que esse indivíduo possui sobre nossa vida profissional, mas esse medo isoladamente não reflete a ansiedade generalizada.
- Medo de sair de casa: Por último, mas não menos importante, a ergofobia não deve ser confundida com a agorafobia, o medo de estar em espaços públicos ou de não conseguir sair deles facilmente.
Embora todas essas situações possam contribuir para o problema, muitas vezes, é a natureza prolongada e irracional que distingue a ergofobia dessas condições específicas.
💡 Atenção
Se você sofre de ergofobia, saiba que pode solicitar a paralisação do trabalho. A única condição: essa paralisação deve ser concedida por um psiquiatra, único profissional até hoje autorizado a julgar a existência de um transtorno mental.
Caminhos para a cura
Existe uma cura para o medo do trabalho? Será que, da mesma forma que enfrentamos gradualmente o medo de aranhas, podemos nos expor progressivamente ao trabalho? A resposta não é tão simples... Antes de mergulharmos na essência do problema, é fundamental rastrear suas origens:
- A fobia vem de uma experiência passada significativa, como um esgotamento ou bullying?;
- Ou uma desvantagem de acesso ao quadro profissional?;
- Estaria relacionado ao seu trabalho ou sua empresa atual? Nesse caso, o status de autônomo ou uma mudança de carreira também podem desbloquear a situação;
- Ou ainda uma ideia pré-concebida do mundo do trabalho, transmitida pelos seus pais ou familiares?;
- É, ao contrário, um medo irracional?
Além disso, o segundo critério, dependendo da gravidade da fobia (e do diagnóstico estabelecido acima), é a capacidade de expressar seus sentimentos sem receio de estigmatização ou isolamento.
Por fim, adotar uma terapia focada na análise de comportamentos pode ajudar a aliviar ou até mesmo superar esse medo. Nesse programa, são utilizados métodos que incluem exposição gradual às situações de trabalho, a prática de se isolar de pensamentos negativos e o fortalecimento da autoconfiança.
Além disso, considerar tratamentos relaxantes como ioga ou meditação também pode ser benéfico para aliviar esses medos.
💡 Os empregadores e os gestores também têm um papel a desempenhar
A luta contra a ergofobia não pode ser travada sozinha… Os RH e os gestores também podem tomar medidas para remover as barreiras e fazer com que as pessoas se sintam confortáveis e seguras para falarem. É possível se informar sobre a situação (a leitura deste artigo já é um ótimo começo) e abrir a discussão em torno da saúde mental e dos medos relacionados com o trabalho. Isso já faz muita diferença!
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