Como promover a felicidade no trabalho segundo Diogo Oishi – People Director
O People Director da Swile Brasil revelou em detalhes se é realmente possível encontrar a felicidade no ambiente profissional. Para descobrir, é só continuar lendo!
Ah, o trabalho... Aquela coisa que nos consome a maior parte do dia! De acordo com o livro Felicidade no Trabalho, passamos 90.000 horas em média das nossas vidas trabalhando. Mas, espera aí, já parou pra pensar se ele traz alegria para você? E, seus colegas, será que estão na mesma vibe?
Eu sei, pode ser um assunto espinhoso, daqueles que fazem a gente coçar a cabeça. Mas, hoje em dia, isso é uma conversa essencial, especialmente para as empresas que querem ver o pessoal feliz da vida por lá.
A conexão entre felicidade, produtividade e engajamento dos profissionais é super evidente. De acordo com um estudo feito pela Universidade de Warwick, colaboradores felizes e engajados podem ser até 12% mais produtivos do que aqueles que não curtem muito o que fazem. Mas, é possível ser feliz no trabalho? Diogo Oishi, especialista em Gestão de Pessoas, conta tudo pra gente!
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O que é felicidade?
O People Director é expert quando o assunto é felicidade. Segundo as suas pesquisas, o conceito de Felicidade pode ter muitas interpretações, mas uma em especial que ele encontrou foi: "Felicidade são micro momentos de alegrias que as pessoas têm através de experiências". E tem mais! Você já ouviu falar sobre ‘’estado de flow’’?
Estado de flow
O estado de flow, identificado por Mihaly Csikszentmihalyi, é um estado psicológico caracterizado por uma profunda imersão e envolvimento em uma atividade específica. Quando uma pessoa está no estado de flow, ela está tão concentrada na tarefa que está realizando que perde a noção do tempo, do espaço e até mesmo de si mesma.
Durante o flow, a pessoa experimenta uma sensação de total controle sobre a atividade, sentindo-se capaz e competente para lidar com os desafios que surgem. Existe um equilíbrio entre a habilidade da pessoa e o nível de dificuldade da tarefa, o que permite um estado de foco intenso e absorção completa na atividade em questão.
Além disso, o flow é acompanhado por uma sensação de gratificação intrínseca, onde a própria realização da atividade é recompensadora e gratificante, independentemente de fatores externos.
E como promover felicidade no trabalho?
‘’Existe uma palavra em japonês que faz parte da minha história – ikigai. Ela significa razão de viver. Tive a sorte e a bênção de descobrir cedo a minha razão de viver ao abraçar a missão de promover a felicidade no trabalho das pessoas.’’ - Diogo Oishi.
De acordo com Diogo, a promoção da felicidade no trabalho não é apenas uma responsabilidade do setor de Recursos Humanos; é uma missão que envolve o negócio como um todo e sua liderança. E a razão é simples: a felicidade no trabalho cria um ambiente mais sólido e saudável, desencadeando um ciclo positivo.
Colaboradores felizes se tornam mais engajados, o que resulta em um melhor atendimento aos clientes. E clientes mais satisfeitos tendem a ser mais fiéis à marca. De fato, segundo pesquisas, negócios que investem no bem-estar de seus colaboradores experimentam um aumento de 31% na produtividade, 85% em eficiência e um salto de 300% em inovação.
‘’Como passamos muitas horas do dia trabalhando, compreendi que, ao promover a felicidade das pessoas no trabalho, essa felicidade transbordava para a vida particular e para o convívio com suas famílias. É que, na realidade, não se pode separar vida pessoal e trajetória profissional. Somos um único corpo, uma única alma.’’ Diz Diogo.
E como fazer tudo isso acontecer?
Estabelecer um ambiente de trabalho saudável é uma responsabilidade compartilhada por todos na empresa, já que relacionamentos sólidos têm um impacto direto no clima organizacional. No entanto, essa abordagem precisa estar alinhada com a cultura da empresa, pois é essa cultura que influenciará os comportamentos e hábitos do dia a dia. O Diogo Oishi compartilhou três dicas inovadoras sobre isso. Dá uma conferida!
Mais que dinheiro
Colaboradores satisfeitos tendem a estabelecer conexões interpessoais sólidas no ambiente de trabalho, auxiliando e incentivando seus colegas. Estudos reiteram que profissionais que se identificam com a cultura organizacional são mais engajados, o que se reflete em um melhor desempenho. A nova geração ingressando no mercado de trabalho valoriza muito esse aspecto.
Ao contrário do passado, onde a permanência prolongada em um emprego era valorizada, hoje em dia, os jovens não têm problemas em mudar de emprego com frequência. Isso se deve à busca por significado e propósito no trabalho. Os jovens, especialmente a geração Y, veem a mudança de emprego como uma busca por alinhamento com suas aspirações.
A chamada "Great Resignation", que apareceu até mesmo na música Break My Soul da Beyoncé (“acabei de largar meu emprego/ vou encontrar um novo impulso/ caramba, eles me trabalham tanto), evidencia a participação significativa das gerações millennial e Gen Z nesse movimento. Para essa parcela mais jovem, o salário não é o único fator determinante. A conexão com os valores e a missão da empresa é indispensável. Quando essa afinidade não é percebida, eles procuram oportunidades em outros lugares.
Mas afinal, o que é senso de pertencimento?
Atualmente, estamos vivendo um período em que não podemos mais aceitar padrões que excluem diferenças e ignoram grupos menos favorecidos. Esse aspecto é especialmente crucial para as gerações mais jovens, pois desejam participar ativamente da transformação social. A geração Y busca ter um papel ativo nessa mudança. Ao escolher um local de trabalho, a postura da empresa em relação à inclusão e diversidade tem um peso significativo.
É por isso que se fala tanto em criar culturas organizacionais que promovam um senso de pertencimento. Isso requer um ambiente profissional onde não apenas se desempenha tarefas, mas também se encontra mais satisfação. Mais do que isso, é onde todos podem ser autênticos, apesar das diferenças.
Mas como podemos construir essa cultura? Como as lideranças e o setor de Recursos Humanos podem engajar os colaboradores com os objetivos da organização? Como garantir que eles se identifiquem com os projetos e atividades e sintam prazer no trabalho?
A solução passa por criar programas que reforcem esse sentimento de pertencimento. Isso envolve desde eventos formais, onde a empresa compartilha seus desafios e conquistas, até momentos mais informais de interação, como um bate-papo descontraído para conhecer melhor os membros da equipe. Propor algo como: "Hoje, vamos falar sobre você, sem tocar em assuntos de trabalho" pode ser uma boa abordagem.
Flexibilidade
Embora o senso de pertencimento seja antes de tudo um sentimento – as pessoas não o veem, não podem tocá-lo –, existem indicadores para mensurá-lo dentro das organizações. Entre eles, o e-NPS (Employee Net Promoter Score), índice criado a partir de uma metodologia que, originalmente, servia para medir a satisfação do cliente. Há também a sistemática do Great Place to Work, sem falar em indicadores mais tradicionais, como as pesquisas de clima interno e os índices de turnover.
Antes da pandemia, as empresas faziam muita coisa pessoalmente para deixar as pessoas se sentindo parte do grupo. Mas aí, com todo mundo trabalhando de casa por causa da covid-19, tiveram que pensar em jeitos novos de fazer isso. Ficou bem mais complicado, mas é importante continuar fazendo as coisas que deixam os colaboradores engajados de um jeito ou de outro.
Trabalhar remotamente ou meio a meio teve seus prós e contras. No escritório, dava pra sentir as coisas sem falar, tomar café com os colegas depois de uma reunião, perguntar como foi o fim de semana. Essa interação faz falta, com certeza. Mas tem gente que prefere trabalhar em casa porque se sente mais livre, com mais tempo pras coisas pessoais. Outras adoram estar no escritório para trocar ideias e sentir o ambiente de trabalho. Aí, poder escolher como trabalhar virou mais um jeito de atrair e manter as pessoas talentosas na empresa.
Os números podem nos dar uma ideia. Olha só essa pesquisa feita pela Consultoria Robert Half:
Níveis de Felicidade
O estudo mostra que 79% dos profissionais se sentem, de modo geral, felizes com o trabalho. E os cinco principais fatores que promovem esse sentimento são:
- Gostar muito da profissão (69%)
- Bom equilíbrio entre vida pessoal e profissional (62%)
- Ser tratado com igualdade e respeito (58%)
- Sentir orgulho da organização (53%)
- Sentir-se realizado com o trabalho (51%)
‘’Seja como for, o senso de pertencimento é um sentimento e, como tal, oscila. A natureza é assim, porque o equilíbrio dela não é estático. Por isso, temos que balancear programas e iniciativas, ora atendendo mais o público presencial, ora priorizando quem está trabalhando em casa. Cada um tem o seu ikigai. Por isso, temos que ser exaustivos na busca de cobrir todas as particularidades e individualidades. E, assim, continuar buscando formas de promover cada vez mais a felicidade no trabalho, não apenas porque essa é uma missão do negócio, mas também porque – ao menos no meu caso – é a razão de viver.’’ - Diogo Oishi.
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