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Infiel, preguiçosa, rebelde: 6 clichês sobre a Geração Z no trabalho

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O que dizem os especialistas sobre os estereótipos dessa geração que está entrando com força no mercado.


7 min
26 octobre 2023por Lucas Ericlyn

Você já deve ter ouvido os clichês sobre a Geração Z no trabalho: preguiçosos, narcisistas, materialistas, infiéis, certo? Mas será que essas afirmações são realmente verdadeiras? Spoiler: não são. Elódie Gentina, professora-pesquisadora da IESEG School of Management e especialista em Geração Z, compartilha conosco sua visão sobre esse assunto, buscando encontrar um equilíbrio entre as percepções comuns e a realidade.

A Geração Z vive através do Digital

É verdade que a Geração Z, por ter nascido após o ano 2000, é altamente conectada ao mundo digital e usa smartphones como uma extensão de si mesma. Redes sociais como TikTok, Snapchat, Youtube e Chat GPT fazem parte de sua vida diária, e isso não pode ser negado.

No entanto, a Geração Z considera o digital como uma ferramenta e tem sede de relacionamentos no mundo real ”, insiste Élodie Gentina. Prova disso é também que os jovens viveram particularmente mal os episódios de confinamento . “Os jovens da Geração Z procuram se mostrar como pessoas reais, e é por isso que eles se apegam a redes sociais. Acima de tudo, o digital permite perpetuar relacionamentos que existem na vida real.”, ela continua.

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  • 💡 Para lembrar do lado comercial:

Embora a Geração Z valorize a flexibilidade de horário e a opção de trabalho remoto, eles não são entusiastas do trabalho completamente à distância. De acordo com um estudo da Axios, 74% dos jovens talentos acreditam que a convivência diária no escritório é o que mais faz falta quando há apenas a opção de home office. Os jovens dessa geração compreendem que o aprendizado e o crescimento profissional são enriquecidos pelo contato com outros colegas de trabalho. Por isso, o híbrido aparece forte para essa geração. Afinal, um outro estudo global já mostra que 71% dos jovens de até 24 anos optariam buscar um outro emprego se tiverem que voltar ao trabalho presencial (ADP Research Institute).

A Geração Z é narcisista

É comum associar a Geração Z ao egocentrismo devido à sua afinidade por tirar selfies (embora não sejam os únicos!). No entanto, Élodie Gentina destaca que, acima de tudo, essa geração é composta por "makers" - pessoas que gostam de criar e se envolver em processos de edição e retoque, em vez de se perderem em um delírio narcisista. Eles têm uma inclinação para mexer com conteúdo, modificar e melhorar, em vez de apenas se focarem em si mesmos.

  • 💡 Para lembrar do lado dos negócios:

A Geração Z é conhecida por ser altamente versátil e facilmente entediada quando não consegue aplicar sua sede de criatividade. Esses jovens se consideram particularmente inventivos, como mostra uma pesquisa que revela que mais da metade (51%) deles concorda que sua geração é mais criativa que as anteriores.

Para empresas e marcas que desejam desenvolver produtos inovadores ou atrair jovens talentos internamente, co-criar com a Geração Z é uma estratégia eficaz. Eles têm um perfil faz-tudo e estão ansiosos para se envolver em projetos que permitam que sua criatividade floresça. 

O intraempreendedorismo é uma abordagem que atende perfeitamente às necessidades de desenvolvimento dessa geração. Ao oferecer a eles a oportunidade de se envolver em várias missões dentro da organização, é possível satisfazer suas necessidades de inovação e progresso na empresa.

A Geração Z é materialista

Falso. Na realidade, a Geração Z apresenta um paradoxo interessante: apesar de ser retratada como materialista, ela idolatra ativistas como Greta Thunberg. Esse grupo demonstra uma abordagem peculiar em relação ao consumo, misturando o gosto por práticas como a segunda mão ou escambo com o fervor por itens de colecionador, como tênis exclusivos, pelos quais são capazes de esperar em filas por horas. 

Além disso, os jovens dessa geração boicotam marcas que não estejam alinhadas com seus valores, ao mesmo tempo que continuam a comprar em gigantes do fast fashion. Então, o que devemos concluir?

Segundo Élodie Gentina, é essencial destacar que esses jovens valorizam mais a experiência do que a posse do produto em si. Em suma, a Geração Z não busca apenas ter o produto para si, mas sim compartilhá-lo e vivenciar experiências através dele.

  • 💡 Para lembrar do lado dos negócios:

Quando se trata de emprego, a Geração Z não necessariamente prefere grandes corporações apenas por motivações materialistas. Na verdade, eles valorizam a qualidade da missão, independentemente do tamanho da empresa. Essa geração é considerada mais pós-materialista, priorizando experiências e trocas em vez de meras posses materiais.

Em vez de buscar apenas o aspecto financeiro, os jovens da Geração Z estão interessados em oportunidades significativas e enriquecedoras, independentemente se estão em grandes grupos ou em empresas menores. Eles valorizam experiências de trabalho gratificantes e desafiantes, onde possam contribuir e aprender, ao invés de se concentrarem exclusivamente em acumular bens materiais.

A Geração Z é rebelde

Falso. A Geração Z é revolucionária, como toda nova geração. Seja na escola, em casa ou no ambiente de trabalho. Há uma real evolução acontecendo. “É verdade, os jovens desafiam a autoridade dos anciãos e das instituições. Isso já pode ser explicado pela forma como foram educados: sua opinião sempre foi levada em consideração. E aí, com a internet, o conhecimento deixou de ser monopólio dos adultos”, analisa Élodie Gentina.

  • 💡 Para lembrar do lado empresarial:

Atualmente, estamos vivenciando uma transição da autoridade dos pais para a influência dos pares. Essa mudança pode ser arriscada, já que deixar de ouvir aqueles com conhecimento em prol da opinião de pessoas sem expertise pode trazer perigos. No entanto, as empresas podem conquistar essa geração se adotarem uma abordagem de gestão mais horizontal e abrirem mão do tradicional gerenciamento hierárquico de cima para baixo.

A Geração Z é infiel

É verdade! Mas ela não tem medo de compromisso. Quando se trata de fidelidade à marca ou à empresa, é verdade: a Geração Z pode se despedir de você em 2 minutos. Dados do Ministério do Trabalho e Previdência apontam essa discrepância geracional no Brasil: quase um quarto dos jovens entre 18 a 24 anos permanece dentro de uma empresa por pouco menos de três meses. “Dito isto, esta é uma geração capaz de engajar. Mas hoje falamos de lealdade positiva: ficamos na empresa pelos motivos certos, porque estamos felizes e realizados”, analisa Élodie Gentina.

  • 💡 Para lembrar do lado dos negócios:

Para reter a Geração Z, é fundamental permitir que experimentem: trazer novas habilidades, responsabilidades e desafios, além de oferecer treinamento e feedback contínuo. Isso os manterá engajados e motivados, contribuindo para o crescimento e sucesso da empresa.

A Geração Z é preguiçosa

Falso. Muitas vezes, a Geração Z é mal interpretada como preguiçosa e pouco comprometida com o trabalho. No entanto, isso está longe de ser verdade. Os jovens dessa geração têm ambições que vão além de serem apenas colaboradores; eles almejam ser cidadãos ativos. Por isso, são atentos a questões éticas, diversidade e impacto ambiental.

O termo "Grande Demissão Verde" está ganhando destaque, especialmente entre os mais jovens. Isso indica que eles estão dispostos a deixar seus empregos caso as empresas não demonstrem preocupação com a sustentabilidade e a responsabilidade social.

Em resumo, a Geração Z não está desiludida com o trabalho, mas sim se envolve de forma diferenciada, priorizando valores e causas significativas para eles.

  • 💡 Para lembrar do lado dos negócios:

Ao ingressar em uma empresa, a Geração Z quer se tornar um porta-voz da mudança . Além disso, as empresas devem dar extrema atenção à saúde mental dos jovens que esperam que seu empregador cuide deles, bem como ao planeta ou às questões de inclusão. “Não necessariamente você precisa ser uma empresa com uma missão, mas sim uma empresa que se preocupa com seus colaboradores ”, conclui Élodie Gentina.

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Lucas Ericlyn

Editor de Conteúdo

Sou um conteudista apaixonado pelas palavras, cultura e inovação. Aposto nos artigos e nos textos como um esportista nas suas habilidades, um […]

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